Martha Marcy May Marlene



Sempre gostei de filmes sobre personagens, de as conhecer, de seguir um momento oportuno da vida delas, de nem sempre saber donde vieram nem para onde vão, mas ter o privilégio de as poder acompanhar numa determinada fase.

É essa a abordagem que Martha Marcy May Marlene apresenta, onde me foi possível entrar na vida desta personagem numa altura em que esta tenta escapar da vida actual e se tenta reintegrar na vida que tinha. Não sei quem ela foi, mas vou ficar a conhecer como ela se tornou na rapariga que hoje é e quais as razões que a levaram a tal situação física e psicológica.

Elizabeth Olsen, que dá vida a Martha, é a peça central deste filme e é sem dúvida ela que torna uma viagem que podia ser aborrecida num turbilhão de emoções incrível. Ela com um único olhar, com toda uma sequência onde se limita a reagir subtilmente a algo, conseguiu fazer-me compreender perfeitamente o que estava a sentir. Tem uma precisão praticamente milimétrica para nos atingir onde quer!

Porém, estava à espera de ter mais algum conteúdo… É algo contraditório dizer isto quando começo por dizer que gosto de filmes que se focam apenas num momento concreto da vida de uma personagem ficando de fora tudo o resto, seja o passado ou o futuro de quem estamos a conhecer, mas seja isso propositado ou não, senti falta de mais.

Em certos filmes, veria esta situação como algo, evidentemente, positivo mas em Martha Marcy May Marlene não consegui ter essa mesma certeza, não foi tão evidente que não saber mais me deixou mais satisfeito com o filme. Talvez a curta-metragem que o realizador fez há dois anos atrás, Mary Last Seen, possa trazer mais alguma informação, mas acaba por não ser sobre ela mas sim sobre quem a “acolheu” numa nova família…

Ainda assim, o elenco é fantástico, a realização de Sean Durkin é perfeita e a Olsen uma surpresa descomunal. Estou mortinho por ver o que ela vai fazer no futuro e por continuar a ser surpreendido pelo talento desta jovem actriz.

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