The Iron Lady



Ver a Meryl Streep num filme é sempre um grande prazer. Seja o que for que faça, ela conquista-me apenas com um estalar de dedos. Porém, é sempre com algum receio que olho para filmes biográficos, como é o caso de The Iron Lady.

Não que tenha alguma coisa contra uma história baseada numa figura importante, mas fico sempre apreensivo por não saber ao certo se se estão apenas a aproveitar do nome de alguém, e pior ainda fico ao ver que estão a associar actores de renome, porque nesse caso podem estar a aproveitar já dois nomes marcantes!

Neste caso, mais estranho achei porque ir chamar uma americana para dar vida a uma figura importante do panorama político britânico não me entrava na cabeça, ainda para mais quando passou por uma transformação física tão notória que poderia ser aplicada a qualquer outra actriz… Ainda assim, o talento não é algo que se possa aplicar a alguém, daí que se compreenda a escolha de Streep.

Mas deixando de lado pequenos receios que possa ter relativamente a biopics, The Iron Lady é um bom exemplo de como futuramente talvez deva aceitar melhor estas criações (mesmo que ir um pouco às escuras para um filme, seja ele qual for, acaba por ser sempre melhor).

Obviamente, Meryl Streep está fantástica! A caracterização ajuda a que possamos acreditar totalmente na figura que ela está a representar, mas ela consegue ir mais além, conseguiu incorporar perfeitamente a personalidade de Margaret Thatcher, ou por menos o pouco que conheço dela, ao ponto de pensar que, muito provavelmente, não seria necessária tanta caracterização para o filme continuar a ser credível como representação de quem esta Primeira-Ministra foi, não só como política mas também como ser humano.

A realização também foi bastante importante para conseguir criar um certo dinamismo no filme. Claro que é esse o propósito de uma boa realização, mas o que poderia ter sido um filme psicologicamente longo, foi um filme que passou a voar.

Talvez a única coisa que acho dispensável em todo o filme são os momentos em que vimos a Thatcher ainda em tenra idade. A actriz escolhida não me cativou nada e o que estava a ser retratado não era de todo necessário ter sido mostrado daquela forma. Nem sempre é preciso atirarem-nos com as coisas à cara para que as consigamos perceber…

Tirando esse pequeno percalço, é sem dúvida um bom filme, e que deu mais uma merecida nomeação dos prémios da Academia a Meryl Streep. Contudo, deverá ficar apenas com a nomeação já que este ano a concorrência está renhida. O que por um lado é pena, já que este filme é o que é muito graças a ela.

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